


A história das construções sustentáveis
 Quando o ser humano ainda era nômade e caçava e coletava apenas aquilo  que era necessário para sobreviver e reproduzir, os espaços naturais  serviram de refúgio servindo de sustento e proteção.
Um rio podia  representar desafios, às vezes, uma ameaça para aqueles que decidiam  atravessá-lo, mas também eram lugares mais férteis, onde o alimento  abundava. Uma caverna poderia esconder animais perigosos aos seres  humanos, mas eram excelentes abrigos contra temporais e nevascas.
Quando  começou a se fixar no território e cultivar, o ser humano sentiu a  necessidade de criar o teto que lhe protegesse das intempéries. Com o  desenvolvimento das técnicas, os elementos e recursos naturais de cada  lugar foram absorvidos na medida mais eficaz para o abrigo.
Sempre  aproveitamos o que o meio nos proporcionou. Desde os primórdios, o  homem reconhece a força da natureza como sua maior ameaça, mas também  sua maior aliada.
As antigas civilizações não tinham a noção real  do tamanho da Terra, mas sabiam e respeitavam este princípio.
Na  Babilônia foi desenvolvido o mais antigo conjunto de leis que se tem  notícia. Os códigos de Hamurabi, como são conhecidos, permitem  reconstituirmos como eram os costumes na época e algumas dessas leis  descrevem severas punições aqueles que prejudicassem o sistema de  captação e distribuição de água.
No antigo Egito, as  construções mantinham a distância necessária do rio Nilo,  sabendo que seu regime possuía períodos de cheia e vazão bem definidas,  aproveitavam o fundo das construções para o plantio, pois o rio quando  enchia trazia nutrientes e quando vazava servia para fertilizar o solo  para a agricultura.
Aproveitar a natureza do lugar e respeitar  seus limites é uma das características principais para uma construção  sustentável que trazemos desde os antepassados.
Muitos exemplos  podem ser citados ao longo da história como cada povo construiu usando  os elementos que dispunham ao redor de suas ocupações.
Os Iglus  são uma forma bem interessante de demonstrar o aproveitamento do meio a  favor do abrigo. Mesmo com as condições extremas de baixa temperatura,  este abrigo de gelo se mostra extremamente eficaz.
Os moinhos também são ótimos exemplos de como as construções  podem usufruir da natureza sustentavelmente. Tanto os de vento quanto os  de água têm a função de utilizar uma força natural para moerem cereais e  grãos. Na Holanda, por sua vez, os moinhos de vento foram utilizados  para bombear a água da chuva para o mar, evitando que as terras  alagassem.
Nossa época
Em 1973, os países  exportadores de petróleo  elevaram consideravelmente os preços do produto, pondo assim em xeque  os padrões de consumo da maioria dos costumes ocidentais. Surgem debates  sobre novas opções a serem alcançadas devido à enorme preocupação sobre  a dependência desta commodity.
O mundo observava e preparava-se  para repensar os modelos econômicos, padrões de consumo, estilo e modo  de vida levados até então. Percebeu-se que a grande maioria da energia  gerada era consumida nas cidades, que abasteciam suas edificações de uma  forma voraz.
O relatório Brundtland em 1987, berço do conceito  de desenvolvimento sustentável, lançou as bases de novos paradigmas para  a humanidade. Para as construções, as discussões sobre eficiência  energética abriram novos horizontes para uma arquitetura mais ponderável  e ambientalmente mais correta.
Seguiu-se, nos anos e décadas que  se passaram, a necessidade de se repensar não somente questões  energéticas de um edifício, mas padrões adequados de consumo de água,  resíduos e, hoje, a bola da vez são as emissões de  carbono.
 Características do BedZed: 
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